sábado, 4 de novembro de 2017

Macbeth, William Shakespeare

Stars, hide your fires!
Let not light see my black and deep desires.

MACBETH é, junto com Hamlet e The Tempest, um dos meus trabalhos preferidos de William Shakespeare. Todo ano tento me segurar pra não reler na época do Halloween, e todo ano falho.



Nessa época de Dia das Bruxas já me vem a imagem das três irmãs fazendo suas profecias, e não consigo tirar isso da cabeça até que me rendo à releitura. Todo o banho de sangue, as assombrações, paranoias e clima de maldição que permeiam a história a tornam pra mim uma leitura super apropriada pra essa época, e esse ano não foi diferente.

A Tragédia de Macbeth, nome "completo" da peça, foi inspirada em um rei que governou a Escócia, mas a base principal do trabalho de Shakespeare foram as histórias de Raphael Holinshed, Holinshed's Chronicles of England, Scotland and Ireland. Várias das maiores características que são memoráveis na história apareceram primeiro nesses livros, e  não tem muito a ver historicamente com o real Macbeth.

O ponto principal desse texto é a ambição pelo poder, e até onde se é capaz de chegar para conquistar aquilo que se deseja. Macbeth, um renomado Barão que acabou de vencer uma batalha em guerra, recebe das bruxas uma profecia dizendo que ele se tornaria o rei da Escócia. Mas decide, com apoio de sua esposa, acelerar a concretização dessa profecia com as próprias mãos, matando o atual Rei e tomando para si o trono ao invés de passar para os descendentes de sangue do recém morto. Só que daí pra frente as coisas só pioram - Macbeth e Lady Macbeth começam a ficar paranoicos com tudo e todos, matam metade do elenco no meio do caminho (!), são visitados por fantasmas e várias outras vezes pelas bruxas, e não é pouco o sangue que rola no meio do caminho, até uma conclusão tão sanguinolenta quanto o decorrer da história.

Um quadro de Théodore Chassériau com uma das minhas cenas preferidas no livro - Macbeth surtadíssimo vendo o fantasma de Banquo - mandado matar por ele - sentado em seu lugar na mesa em um banquete.

Essa é uma das mais curtas peças de Shakespeare, e a mais curta das grandes tragédias. Acredita-se que foi primeiro montada em 1606, e até hoje é uma das obras mais adaptadas do Bardo, seja para teatro, cinema, áudio drama ou tv.

Existe uma superstição de que dizer Macbeth (se referindo à peça, não ao personagem) dentro do teatro traz azar à montagem. A origem dessa "maldição" seria um feitiço lançado por bruxas, já que alguns encantamentos reais teriam sido usados no texto e causado a ira dessas bruxas. Ainda segundo essa superstição, vários acidentes e até mortes (!) durante produções diversas de Macbeth foram atribuidas a esse azar, e só contribuiram para a perpetuação dessa lenda. Existem vários contra-feitiços (?) conhecidos de atores para tentar "quebrar a maldição", e, particularmente, toda essa superstição só é um dos maiores motivos que me faz gostar e achar que é uma história super apropriada para o Halloween.

{Espero que a maldição não se estenda a escrever sobre a peça}

 
MACBETH [1606]
William Shakespeare

Existem várias edições disponíveis de Macbeth por aí. Aqui uma edição em inglês grátis, aqui uma em português disponível no Kindle Unlimited, mas eu recomendo a tradução da Bárbara Heliodora, grande tradutora e pesquisadora de Shakespeare, como essa aqui.
 

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shelf chaos 🞄 “for someone who loved words as much as I did, it was amazing how often they failed me.”